Quantos amigos você conhece que já fizeram inúmeras dietas? Imagino que sem muito esforço lembrará do nome deles e encherá uma mão em menos de um minuto. Por que será que tanta gente faz tanta coisa para emagrecer e, o que é pior, não emagrece?
As dietas e produtos “milagrosos” surgem mais rápido que coelhos se reproduzindo. Nossa forma de buscar atalho para os desafios é sempre acalentado com alguma alternativa, já pensada por alguém, para fazer o longo processo ficar curto. Isso é natural do ser humano, adoramos um atalho.
O desafio é aprender a curtir a viagem (novo hábito alimentar), e não pensar apenas no destino (peso final). A viagem começa quando pensamos para onde iremos. Sonhamos com passeios, comidas típicas, culturas diferentes e a vontade dela não terminar ao final. Se a forma de se alimentar diariamente não estiver associada ao prazer, ao convívio social e as experiencias teremos o alimento sempre como inimigo da nossa autoestima e viveremos “punidos” em não comer ou com a liberdade irresponsável do “depois eu penso nisso”.
Por que então acabamos sempre tentando de novo uma restrição severa? Porque na nossa mente fica a lembrança de que quando fizemos a dieta conseguimos emagrecer, então ela funciona, nós é que desistimos dela em algum momento e então voltamos a ganhar peso. O problema desse raciocínio é que o responsável pelo sucesso é a dieta, enquanto o culpado pelo fracasso sou eu, que não sou disciplinado para mantê-la. Esse raciocínio traz um peso enorme para nossos ombros quando na verdade a culpa é da dieta restritiva que é insustentável a longo prazo. Acredite, essas dietas não são feitas para durarem. A culpa não é sua.
A literatura científica é clara em mostrar dados de ganho de peso ao longo das décadas em pessoas que se submetem a dietas restritivas. Isso porque cada vez que se abandona essa tentativa severa e rígida demais, a recuperação do peso é sempre maior do que o peso que foi perdido. Um artigo recente comparou diversas dietas (paleo, low-carb, Atkins, gluten free entre outras) e concluiu que todas levam a perda de peso a curto prazo. Mas a longo prazo o que determina o sucesso da dieta é a possibilidade de sustentá-la.
A melhor dieta do mundo é aquela que você não chama de dieta. É aquela que você faz diariamente sem sofrer. Privações de qualquer natureza produzem redução de peso, porém nenhuma é duradoura. Falamos disso no livro “O fim das dietas “. Dieta não funciona pois ela tem data de início e data de término. A dieta ideal é aquela que levamos para toda a vida.
Assim, antes de pensar em fazer qualquer dieta, imagine se você consegue mantê-la sempre contigo onde quer que você vá. Ela precisa ser a viagem que sempre queremos fazer e não a punição por algo você não tem culpa.
Por Antonio Herbert Lancha Jr