A Fadiga do Zoom


A nova realidade frente à pandemia obrigou a todos adaptarem suas rotinas, seja de aula, reuniões, trabalho, encontros familiares, happy hour com amigos, tudo agora acontece por meio de vídeo conferência.

Alguns estudos já mostram uma nova síndrome chegando, chamada de “Zoom Fatigue”. Ferramentas como Zoom, Google Hangouts e Skype se tornaram fundamentais para o trabalho e a vida social durante a pandemia, mas o acúmulo de atividades pode ser exaustivo. Por que ficamos tão cansados? Os especialistas dizem que a comunicação por vídeo exige mais atenção dos participantes para perceber sinais não verbais que acompanham as falas e que nos vídeos ficam mais discretos.

Recente artigo também aponta para a dessincronia que existe na comunicação por vídeo. Nós, seres humanos, usamos uma variedade de vocalizações precisamente sincronizadas, gestos e movimentos para se comunicar, e contamos com respostas precisas dos outros para saber se estamos sendo compreendidos. Os cientistas chamam isso de sincronia. Se um atraso for introduzido a este sistema, mesmo que esse atraso seja de apenas milissegundos, inconscientemente, nossos cérebros registram isso como um problema e trabalham para tentar superá-lo e restaurar a sincronia. Além disso, nas conversas presenciais percebemos outras formas de comunicação não verbal, como linguagem corporal, que na vídeo conferência é ineficaz, obrigando as pessoas a se concentrarem mais.

Muitos dos sistemas utilizados para essas chamadas possuem a ferramenta de chat, útil na troca de informação, mas que também pode levar à distração com conversas paralelas, ou ainda exigir mais atenção entre os interlocutores.

Por outro lado, nosso lar virou nossa academia, nosso local de trabalho, nosso lazer, onde fazemos todas as refeições…..e isso dificulta separarmos cada uma dessas atividades, trazendo a sensação que o tempo todo estamos com alguma tarefa a cumprir. Alguns hobbies (como cozinhar) viraram obrigação, algumas obrigações, que antes eram divididas com ajuda externa, agora precisaram ser assumidas internamente.

Segundo os especialistas, reduzir o número e tempo de chamadas, fazer pausas entre as mesmas e levantar da cadeira movimentando-se um pouco, sentar e posicionar o celular, ou computador de forma adequada (evite assistir à aula deitado na cama, ou esparramado no sofá), fechar a câmera quando muita gente estiver na mesma chamada, fazer uma coisa por vez (isso é, não adianta fechar a câmera para responder WhatsApp no meio de uma reunião, ou de uma aula. Quem nunca???). E mais importante, se permitir. Se permitir um horário para não fazer nada. Organize sua agenda. Saiba dizer não. Lembre-se: dizer sim para todos, muitas vezes, significa dizer não para você mesmo.

 

Luciana Lancha – Vítria Seguros

Nutricionista – USP
Bacharel em Esporte – USP
Mestrado Biologia Celular – Unicamp
Doutorado em Ciências – USP
Pós-doutorado Institut de la Recherche Agronomique – Paris


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